A ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, disse que dentro da sua “concepção cristã” a mulher deve ser submissa ao homem no casamento.


Damares deu a declaração durante audiência pública na Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres na Câmara.



Ela foi questionada pela deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) sobre se a mulher deveria ser submissa ao homem. Damares então afirmou que, dentro da doutrina cristã, o homem é o líder do casamento.




“Dentro da doutrina cristã, sim. Dentro da doutrina cristã, lá dentro da igreja, nós entendemos que um casamento entre homem e mulher, o homem é o líder do casamento. Então essa é uma percepção lá dentro da minha igreja, dentro da minha fé”, declarou Damares.



A ministra disse que isso não significa que todas as mulheres devem ser submissas e “abaixar a cabeça para o patrão, para o agressor e para os homens que estão aí”.



"Isso não me faz menos capaz de dirigir este ministério. Não me faz mais incompetente. É uma questão de fé lá dentro do meu segmento”, complementou.



Durante os debates na comissão, a ministra foi perguntada também sobre a possibilidade de se aumentar o número de feminicídios com o decreto de Jair Bolsonaro que flexibilizou a posse de armas.



A ministra tergiversou e não respondeu. Damares afirmou que gostaria de deixar suas “intenções pessoais sobre desarmamento para um segundo momento”.



“O que nós podemos fazer é um debate bem técnico. sobre o impacto disso na violência contra a mulher. Não dá para dizer ainda se impactou. É tudo uma expectativa de que pode aumentar. Mas o homem mata com dentes, com mão, com pau. A violência contra a mulher se configura de diversas formas”, disse a ministra.



A ministra reforçou sua posição contrária ao aborto, mas afirmou que sua posição não vai nortear as políticas do ministério.



“Tenho tantas coisas para fazer naquele mistério que o tema aborto eu não vou fazer essa discussão. É discussão do Parlamento e agora do Judiciário”, afirmou.



Para Damares, um país sem estupro levaria à queda no número de abortos.




“Quero um Brasil sem estupro, porque se não tivermos estupro, não vamos ter mulher lá no serviço de saúde pedindo para fazer o aborto”, disse.